A ocupação de um terreno no Jardim Capivari, em Campinas, aumentou menos de uma semana depois de uma reintegração feita pela Guarda Municipal. O número de famílias saltou de 30 para 300 em cinco dias.
Uma comissão formada pelos moradores já se reuniu com a Pasta Municipal de Habitação, que estabeleceu um prazo para a saída. Mas enquanto isso, barracos ainda são erguidos e demarcações são feitas.
Um dos representantes do grupo, Ronildo Aniceto, diz que os moradores querem tentar a compra do terreno, mas ainda não conseguiram localizar os proprietários. Ele espera por uma solução pacífica entre as partes.
A movimentação na área é grande. A todo o momento, pessoas chegam com madeira e outros materiais para completar os abrigos montados. A presença de mulheres, crianças e idosos também é frequente no local.
Muitos já estão morando nos barracos improvisados, já que a maioria reclama dos aluguéis dos imóveis anteriores ou alegam que não tem para onde ir. Uma lista de nomes é mantida pela comissão de moradores.
O grupo chegou ao espaço no dia 18, foi retirado pela Guarda Municipal dois dias depois e voltou com um número maior de pessoas. De acordo com Ronildo Aniceto, o aumento contribuiu para a permanência deles.
Em nota, a Secretaria de Habitação confirmou que uma nova operação de remoção era preparada, mas foi adiada porque havia um alto risco de confronto devido ao grande número de pessoas reunidas na ocupação.
Segundo a Pasta, as famílias foram informadas durante uma reunião no dia 22 que não poderiam permanecer e foi sugerido que saíssem e se cadastrassem na lista de registro habitacional da Cohab Campinas.
O comunicado diz ainda que a secretaria tenta promover um encontro entre os donos do terreno e os ocupantes para tratar de uma possível negociação, mas diz que uma nova reintegração pode acontecer. Por fim, alega que notificou a comissão nesta segunda-feira e estabeleceu um prazo de 72 horas a partir da notificação para a saída da propriedade.
