A Justiça de Sorocaba condenou três integrantes de uma quadrilha que desviava o medicamento Hormotrop de farmácias públicas do Estado de São Paulo. A substância é indicada para o tratamento de crianças com problemas de crescimento em virtude de deficiência hormonal, mas estaria sendo utilizada como anabolizante em academias.
A apuração indicou que os criminosos não precisavam do medicamento, mas utilizam documentos falsos para comprovar a necessidade e pedir que os cofres públicos pagassem o tratamento. O prejuízo é estimado em cerca de R$ 2,1 milhões com as doses já entregues.
A rede foi descoberta pelos corregedores e policiais após apreensão de dois cadernos dos criminosos em Sorocaba. Além desse município, onde começou a investigação, o esquema ilegal de retirada do medicamento também ocorria em Bauru, Campinas, Franco da Rocha, Marília, Mogi das Cruzes, São Paulo, Osasco, Santos e Taubaté. A polícia civil, inclusive, deve abrir inquérito policial nos municípios para apurar o esquema.
Os levantamentos preliminares da Corregedoria Geral da Administração apontaram divergências nas documentações apresentadas para a obtenção do remédio, fato que chamou a atenção dos farmacêuticos da rede integrada de farmácias do Governo do Estado de São Paulo, unidade de Sorocaba.
Entre as divergências estavam resultados de exames idênticos para diferentes pacientes e boletim de ocorrência da médica prescritora, indicando não reconhecer as assinaturas nos documentos apresentados à DRS-Sorocaba.
Atualmente, são investigados 83 pacientes (todos falsos) de nove cidades, em um total de 22 mil prescrições, das quais a Saúde já havia entregue 18,5 mil medicamentos.