O gerente de Planejamento e Projeto da Sanasa, Rovério Pagotto e Thiago Nunes Cance, filho de Aurélio Cance Júnior, condenado no caso Sanasa, foram alvos de condução coercitiva e de mandados de busca e apreensão, na 35° fase da Operação Lava Jato.
Na denúncia, os dois aparecem como recebedores de propina que teriam sido pagas pela empresa Odebrecht na obra da ETE Capivari II. Eles teriam recebido o dinheiro de fevereiro de 2009 a julho de 2010, período em que Hélio de Oliveira Santos era prefeito de Campinas.
No caso de Thiago Cance Jr., a denúncia coloca que ele teria recebido o dinheiro “pelo fato de ser filho de Aurélio Cance Júnior”, que era o diretor técnico da Sanasa, na gestão Hélio.
Essas informações foram obtidas em planilhas de Maria Lúcia Tavares – ex-secretária da Odebrecht, como explicou o delegado da Policia Fedral força-tarefa da Lava Jato, Filipe Pace.
Outra obra do governo Hélio que aparece nas denúncias é do Joá Penteando. Há informação de que “foi encontrada uma planilha digitalizada alocando 3% de obra executada pela Odebrecht para a Prefeitura Municipal de Campinas possivelmente referente ao Túnel 2 do Complexo Viário”.
Ainda na denúncia, há citação de uma mensagem de 2008 que “revela que houve pagamento de vantagem indevida ‘para atender a uma solicitação da Dra., ainda não identificada, relativo a obras da ODEBRECHT junto a SANASA”.
Sobre os pagamentos de propina, o delegado Filipe Pace, em coletiva de imprensa, reforçou que aconteciam em várias esferas, autorizados pelo presidente do Odebrecht.
As investigações chegaram às obras através de planilhas e trechos de conversas de executivos da empreiteira.
Nessa operação, Antônio Palocci, ex ministro de Lula e Dilma e o assessor dele, Jucelino Dourado foram presos. Dourado, inclusive, foi preso na casa dele, em Alphaville, Campinas.
A Sanasa em nota informou foi determinada a dispensa do cargo de confiança de Rovério Pagotto, até a conclusão das investigações. Pagotto é funcionário de carreira e está na empresa há mais de 30 anos, tendo ocupado cargos como gerente de Obras e consultor Técnico.
A coordenação de Campanha de Hélio de Oliveira Santos disse que este é um momento fértil para ações que prejudiquem a campanha eleitoral e que o nome de Dr. Hélio não consta em nenhuma planilha. Sobre a ETE Capivari diz que ela foi exclusivamente administrada pela Sanasa, sendo responsabilidade da direção.
Sobre o túnel Joá Pentado, fala que relatório se refere a “suposições”.