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Indústria da região volta a registrar aumento nas demissões

Após dois meses de melhora, a região de Campinas voltou a registrar uma expressiva queda no nível de emprego industrial, de acordo com dados do Ciesp Campinas. No mês de setembro, o saldo foi de 900 demissões, o pior para o mês desde 2010, quando foram registradas 950 demissões.

Os números haviam melhorado nos últimos dois meses, uma vez que em julho o saldo foi positivo, com 500 contratações, e em agosto foram registradas 150 demissões, metade da média mensal até então, que era de 300 demissões.

Com os resultados do mês, a variação entre contratações e demissões entre janeiro e setembro deste ano foi de 1,95%, com saldo de 3.150 demissões, e média mensal de 350 demissões. O Vice-Diretor do Ciesp Campinas, José Henrique Toledo, explicou o aumento nas demissões, e falou sobre as perspectivas para os próximos meses. “Mercado muito parado, e com isso não adianta você continuar com funcionário, você tem de demitir para estabilizar a conta das empresas. A retomada é muito lenta, é um número ruim, mas acredito que a gente possa estabilizar nos próximos meses esses números e haver uma retomada de contratações com a retomada do crescimento econômico”.

Com as 900 demissões, setembro igualou o segundo pior saldo do ano, ocorrido em fevereiro. O pior mês foi abril, com 950 demissões. Os números contrastam com o índice de confiança do empresário paulista, medido pela Fiesp, que no estado fechou pelo terceiro mês seguido no positivo, após uma sequencia de 34 meses de estimativas pessimistas.

O economista da Facamp, José Augusto Ruas, também comentou os números. “Os empresários responderam que as vendas ficam até melhores que o mês anterior, mas a produção caiu muito, e sazonalmente é preocupante, pois é o momento em que parte das pessoas espera chegar empregada ao final do ano”, comentou o economista, se referindo às contratações da indústria visando às vendas de final de ano.

As expectativas do Ciesp Campinas são pessimistas para o restante do ano, e só se acredita em uma possível retomada a partir do ano que vem, dependendo do resultado de ações, especialmente, do governo federal, como comenta Toledo. “A gente tem as expectativas das emendas constitucionais, as medidas de Banco Central, que da de juros, ações pontuais que o governo pode fazer. Se elas forem tomadas, realmente, a gente sabe que as empresas estão preparadas para a retomada da economia, e a gente espera que aconteça de uma maneira mais rápida”.

O Ciesp Campinas tem mais de 500 empresas associadas, de 19 cidades da região. Elas empregam mais de 90 mil pessoas, e tem um faturamento anual conjunto de pouco mais de 37 bilhões de reais ao ano.

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