Embora a maioria dos casos de dengue no Brasil ainda seja causada pelo tipo 1 da doença, cresce em alguns estados a circulação do sorotipo 2, o mais agressivo dos quatro vírus existentes. Por causa disso, a prefeitura de Campinas emitiu um alerta sobre o risco de epidemia envolvendo esse tipo da doença. Dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, com estatísticas entre 3 de janeiro e 28 de maio, mostram que, de um total de 2,2 mil amostras positivas para dengue analisadas em laboratório neste ano, 6,4% já são do tipo 2. No ano passado esse índice era de 0,7%. No Estado de São Paulo, esse tipo de vírus já é responsável por 13,6% dos casos da doença, ante 0,5% em 2015.
Além de ser considerado por especialistas o mais virulento dos quatro sorotipos da doença, o tipo 2 ainda está relacionado a outro risco no País. Uma vez que parte da população brasileira já foi infectada pelo tipo 1, a ocorrência de uma segunda infecção por outro sorotipo aumenta o risco de desenvolvimento de uma das formas graves da doença, que podem levar à morte, como a febre hemorrágica. Segundo a coordenadora do programa de arboviroses da prefeitura de Campinas, Andrea Von Zuben, existe uma parcela grande da população que está suscetível a contaminação pelo tipo 2 da dengue.
Andrea Von Zuben lembra ainda que a epidemia com mais casos da doença registrada em Campinas em 2015, quando 65 mil pessoas foram diagnosticadas com dengue, foi predominantemente causada pelo tipo 1 do vírus. Ela explica que por esse motivo, a chance das pessoas contraírem o tipo 2 é maior. Segundo dados da secretaria de saúde de Campinas, a última vez em que o tipo 2 do vírus da dengue circulou na cidade foi entre os anos de 2010 e 2011. Naquela ocasião, o sorotipo foi responsável por 25% dos casos de dengue registrados no município.
