60% dos brasileiros que tentaram renegociar uma dívida com algum banco não tiveram sucesso na empreitada, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. São vários os motivos do insucesso. Para 30% desses clientes, a transferência da dívida para outra empresa foi o que impediu o processo. Já 27% disseram não ter conseguido novo prazo para pagar, enquanto 24% foram informados de que o banco não renegocia dívida, caso o pagamento ainda não esteja em atraso.
O levantamento do Idec contou com a participação de 1.815 internautas, entre julho e setembro de 2016. Desse total, 53% dos participantes já tentaram renegociar uma dívida, sendo que 60% deles buscaram as instituições financeiras sem sucesso. De acordo com a economista do Idec, Ione Amorim, a legislação atual é muito branda com as instituições financeiras, que oferecem renegociações que normalmente apenas aumenta a dívida do consumidor.
O estudo também mapeou os critérios dos bancos no tratamento dos clientes endividados. Foram consultadas as instituições financeiras mais lembradas pelos consumidores como principais credores: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Itaú. Os bancos não apresentaram respostas efetivas, como afirma a economista do Idec, Ione Amorim.
O Banco do Brasil informa que foi pioneiro no lançamento de ferramenta que permite ao próprio cliente renegociar suas dívidas, por meio do Portal Soluções de Dívidas, onde mais de 392 mil clientes regularizaram seus débitos, em volume superior a R$ 4 bilhões. Para o Itaú Unibanco, as manifestações de seus clientes são oportunidades de aprimoramento dos seus processos, produtos e serviços. Em nota, o banco acrescenta que, tão logo tenha acesso ao conteúdo da pesquisa, poderá começar a atuar nas questões apresentadas. O Bradesco não enviou seu posicionamento.
