A morte de um adolescente em Campinas após passar mal durante uma aula de educação física na Escola Municipal Padre Melico Cândido Barbosa, no Parque Tropical, é mais um dos episódios que intriga a classe médica. Augusto Viana Martos Alves, de 13 anos, participava normalmente da atividade com outros alunos, quando sentiu tontura e falta de ar. Ele foi levado ao Hospital Celso Pierro, mas não apresentou melhora e morreu cerca de 3 horas após a internação na Unidade de Terapia Intensiva.
O estudante não apresentava sintomas clínicos de problemas cardiovasculares e era ainda aluno de uma escola de futebol associada da Ponte Preta. Para José Francisco Kerr Saraiva, cardiologista e professor da PUC de Campinas, esse tipo de episódio é raro, mas ainda representa um desafio para a cardiologia no sentido de encontrar marcadores para identificar possíveis riscos. Ele aponta a contribuição do professor de educação física na observação de alterações no comportamento dos estudantes, o que nesse caso específico parece ter sido difícil de ser observado.
Para Kerr Saraiva, o clima quente e seco não foi determinante. Ele explica que as adversidades climáticas trazem incômodo, mas que nesse caso não podem ser usadas para justificar esse tipo e fatalidade. Kerr Saravia alerta que esse tipo de episódio não deve desestimular a prática de Esportes. Para ele, o risco causado pelo sedentarismo é muito maior. Em 2014, houve um caso semelhante em Campinas envolvendo um adolescente de 14 anos no Colégio Pio XII. Só que nesse caso, o estudante sofreu mal súbito após o período de aula, na saída da escola, e não tinha praticado atividade física.
