A Agência Nacional de Vigilância Sanitária fechou nesta segunda-feira uma distribuidora e uma fábrica que falsificava implantes dentários. Os dois estabelecimentos pertenciam ao mesmo dono, que fabricava cópias piratas em Indaiatuba e distribuía em Campinas. Na fábrica, foram apreendidos 3.270 componentes falsificados e na distribuidora outras 34.500 unidades.
A ação faz parte da Operação Fake, que acontece em todo o país e conta com o apoio da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos, entidade que representa os fabricantes legalizados de produtos. A associação estima que 30% dos implantes comercializados no país sejam sem registro ou copiados. No ano passado, a Anvisa já havia fechado estabelecimentos em Valinhos e Itapira.
A legislação brasileira estabelece que somente produtos registrados na Anvisa possam ser utilizados por profissionais de saúde. Porém, o número de estabelecimentos sem licença ou autorização de funcionamento tem crescido consideravelmente nos últimos anos. Os produtos alvo de pirataria na odontologia são os implantes, os componentes e também o ferramental.
De acordo com o presidente da Associação, Paulo Henrique Fracaro, os pacientes estão expostos a utilizar produtos de empresas sem certificação de boas práticas de fabricação ou com registro de produto vencido. Segundo ele, o paciente deve exigir a documentação dos produtos que serão usados no implante e assim, eliminar a possibilidade de utilização de componentes falsificados. Segundo dados da Associação, 57 empresas estão sendo investigadas por pirataria atualmente e cerca de 1200 dentistas e protéticos também estão em processo de análise.
