A movimentação foi grande nesta quarta-feira no terreno desocupado após a reintegração de posse no Jardim Capivari, em Campinas. Com os barracos destruídos por tratores e escavadeiras, muitos móveis e eletrodomésticos permaneciam espalhados à espera de remoção. Dezenas de pessoas andavam entre os entulhos em busca de pertences, enquanto outras tentavam reaproveitar madeira e outros materiais.
Marisa Nunes, no entanto, procurava pela família da irmã, que dormiu na rua em frente à antiga ocupação e deixou várias coisas para trás. Moradora do bairro Campos Elíseos, ela explica que não pode oferecer a casa como abrigo, mas que pretende dar apoio aos parentes. Algumas famílias dormiram nas ruas, ou buscaram a casa de parentes e amigos. Outras, pelo menos 40, foram abrigadas em igrejas. É o que explica um dos coordenadores do movimento da Ocupação Mandela, Régis Nascimento, que passou a noite em uma delas.
Ainda de acordo com Régis, a situação foi pior, porque poucos caminhões foram disponibilizados para a retirada dos objetos da área. Ele afirma que a ideia do grupo agora é se reunir nos próximos dias para decidir o que será feito para auxiliar todas as pessoas desabrigadas. O terreno no Jardim Capivari pertence a uma empresa de cerâmica e foi ocupado em julho de 2016. Desde então, reuniu cerca de 600 famílias. Com o pedido do proprietário, a reintegração foi determinada pela Justiça e cumprida na terça-feira por cerca de 400 homens da Polícia Militar.
