Voto vencido no processo que tornou réu o senador do PMDB, Valdir Raupp, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli não quis comentar a decisão dos magistrados que aceitaram a denúncia de corrupção passiva e lavagem de dinheiro contra o parlamentar, pelo recebimento de R$ 500 mil, durante a campanha de 2010. Foram três votos a dois.
Para Toffoli, a lavagem não foi configurada, já que dinheiro que teria sido pago como propina pelas empresas Queiroz Galvão e Petrobras, foi ao PMDB e não diretamente ao senador.
Em visita à Campinas, nesta sexta, parecendo ainda não ter digerido a derrota, Dias Toffoli, jogou a responsabilidade para o relator.
Na decisão, Edson Fachin foi um dos ministros que entendeu que o fato de Valdir Raupp ter recebido dinheiro ilícito do PMDB configuraria lavagem de dinheiro. O voto foi o mesmo dos ministros Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.
Já na interpretação de Dias Toffolli e de Gilmar Mendes, houve apenas corrupção passiva. Para Toffoli, para configurar lavagem, o senador teria que ter recebido dinheiro ilegal e usado o PMDB para dissimular o ato.
O Ministro foi homenageado em Campinas pelo Tribunal Regional do Trabalho. Ele não atendeu a imprensa formalmente, mas usou a mesa para comentar a situação do país. Considerou as crises e instabilidades como normais em uma democracia, defendeu mais educação e envolvimento político, além de dizer que a justiça está cumprindo o papel institucional.