O Centro Infantil Boldrini abriu uma petição on-line para suspensão do fornecimento do medicamento LeugiNase, produzido por um laboratório chinês e usado para o tratamento da leucemia linfoide aguda. O Boldrini é referência na América Latina no cuidado de crianças e adolescentes com câncer e doenças do sangue.
A iniciativa se deu já que a importação do remédio pelo Ministério da Saúde gerou polêmica e críticas de especialistas. A presidente do Centro Boldrini, Silvia Brandalise, alertou que o medicamento não tem eficácia comprovada por estudos clínicos.
A LeugiNase é registrada na China, mas não é comercializada no próprio país fabricante. Silvia Brandalise explicou que os primeiros 15 dias de tratamento das crianças com leucemia são fundamentais para combater as células leucêmicas que estão na medula.
Segundo a presidente do Boldrini, o objetivo da petição é mobilizar a população para que o governo viabilize e facilite o processo de importação de outra Asparaginase, que tenha sua eficácia e segurança já comprovadas. Ela classificou com crime não comprar remédios para combater o câncer infantil no país.
Em nota o Ministério da Saúde informou que enviou no último dia 4 o padrão do medicamento chinês para a realização de testes que verifiquem o princípio ativo e a concentração do insumo do medicamento Leuginase. Os testes ficarão a cargo do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Sa úde. A verificação também atende a um pedido feito pela Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica.
O Ministério informou também que diante do risco de desabastecimento, iniciou, em 2016, novo processo de compra do medicamento. Foi feito um Processo Eletrônico com cotação de preços entre três empresas participantes. A representante do produto do laboratório chinês ofereceu menor preço, conforme lei de licitações. A diferença entre os valores foi de cerca de R$ 25 milhões para oferta em um ano.
