O jogo da “baleia azul” tem chamado a atenção de pais e especialistas com relação a atitude dos adolescentes na participação do desafio nas redes sociais. Para a psicóloga comportamental e neuropsicóloga pela Unicamp, Marina Merlin, a depressão tem sido um fator predominante.
Para ela, além da depressão, o adolescente que entra nesse jogo já deve apresentar algum tipo de transtorno
O jogo da “baleia azul” é uma série de 50 desafios, repassados via redes sociais, cujo objetivo final do jogador é acabar com a própria vida. Há desde tarefas simples como desenhar uma baleia azul numa folha de papel, como atos de auto-mutilação. Em uma delas, por exemplo, o participante deve “desenhar” uma baleia azul em seu antebraço com uma lâmina. Uma pessoa chamada de “curador” é quem passa os desafios aos participantes.
Com a disseminação do jogo pelas redes sociais, quem se mobilizou também foi a rede municipal de ensino. O Diretor pedagógico da rede, Juliano Pereira de Melo, classificou como violência o jogo e alertou para a fragilidade em que o adolescente está.
Para a psicóloga, o que tem ocorrido em muitos casos é que pessoas do círculo de relacionamento das redes sociais tem sido mais participativos na vida do adolescente do que os próprios familiares. Segundo Marina, os pais estão priorizando os trabalhos e deixando de investir tempo com os filhos.
Já o Delegado Seccional de Campinas, José Henrique Ventura, fez um alerta com relação a quem organiza e coordena esses grupos do jogo “baleia azul”. Segundo ele, as pessoas que instigam ou induzem uma outra a cometer um delito ou cometer o suicídio podem responder criminalmente. Mesmo no caso de quem se auto-mutila a mando de alguém, pode responder na justiça.
O delegado orientou os pais para que, no caso de verem que o filho está participando do desafio da “baleia azul”, compareçam na delegacia e façam um boletim de ocorrência, se possível, com a conversa publicada na rede social para que a polícia investigue e chegue aos organizadores dos grupos.