A concentração de usuários de drogas em ao menos cinco pontos da região central de Campinas preocupa os comerciantes. Em alguns deles, a degradação já faz parte da rotina dos funcionários e proprietários dos estabelecimentos. Na Rua Doutor Ricardo, perto da saída de pedestres do Terminal Metropolitano, por exemplo, as cenas de consumo e venda de drogas são comuns. Esse é o relato de uma atendente que não quis se identificar.
A reportagem esteve no entorno do terminal na manhã de uma sexta-feira, mas não encontrou qualquer concentração ou movimentação de usuários no ponto indicado. O motivo, de acordo com quem conhece o local, é o horário comercial. A situação é vista com tanta normalidade que uma comerciante que mudou a pouco mais de um mês para a rua já se diz acostumada. Apesar de afirmar que a convivência acontece de maneira pacífica, ela também reclama dos riscos.
Mas a preocupação também é frequente em outras áreas. No Terminal Central, os comerciantes até reconhecem que o panorama melhorou com a instalação de uma base da Guarda Municipal, mas o problema ainda é notado durante a noite. Entre o Mercadão e a Avenida Senador Saraiva os relatos são parecidos. Nos casos de um terreno perto da Salustiano Penteado e de um espaço entre a Barão de Itapura e a Lix da Cunha, até mini-acampamentos já foram montados.
Apesar disso e das reclamações da população, a Prefeitura nega que o município tenha locais semelhantes à Cracolândia, na Capital Paulista, que voltou a entrar em evidência depois de uma operação policial realizada no dia 21 de maio. Em nota, o Executivo afirma que realiza um trabalho integrado entre as pastas de Segurança Pública, Assistência Social e Cidadania e que a Guarda Municipal faz patrulhamento extra à noite, com reforço das câmeras de monitoramento.
O comunicado fala que a ação é feita para evitar aglomerados em locais sensíveis no centro e destaca a base móvel no viaduto Cury, que abre de segunda a sábado, como parte de um programa que auxilia quem quer deixar o vício. Por fim, justifica que não identificou aumento na população em situação de rua, ou de aglomerações consumidores de drogas.
