Em meio ao debate polêmico sobre o projeto de lei do Executivo que prevê o fechamento de bares de Campinas até às 23 horas, vizinhos de alguns estabelecimentos da cidade reclamam do barulho e da rotina de transtornos.
Enquanto alguns moradores buscam o diálogo e o entendimento com gerentes e proprietários, outros se mostram totalmente favoráveis à proposta elaborada pela Prefeitura e que tem enfrentado críticas e resistência na Câmara Municipal. Um deles, que pediu para ser identificado apenas como Edvaldo, relata o que vivencia quase todos os dias. Ele mora no distrito de Barão Geraldo e pede uma solução não só para o barulho, mas também para o excesso de mesas na calçada.
Enviado em fevereiro para a Câmara Municipal, o projeto de lei tramitou na Casa até vir à tona nas últimas semanas. Ao menos cinco vereadores já se disseram contrários e até mesmo um vídeo foi publicado nas redes sociais. O Executivo, por outro lado, justifica que o texto foi escrito com base em uma recomendação do Ministério Público sobre a Lei do Silêncio e também a partir das centenas de solicitações sobre som alto recebidas através do telefone 156.
Paralelo a isso, quem mora perto de bares e restaurantes tenta se esquivar dos problemas tratando diretamente com os responsáveis pelos estabelecimentos. É o que fazem duas idosas do Jardim Leonor que não quiseram se identificar.
O projeto determina que os bares funcionem até às 23 horas e prevê no máximo uma hora de tolerância para dispersar o público. No período, os comerciantes não poderão aceitar novos clientes. Depois, serão obrigados a fechar as portas. O receio do setor é de que a aprovação possa trazer prejuízos, já que grande parte do faturamento acontece na madrugada. A crítica é reforçada pelos vereadores, que pedem principalmente mais tempo para debater o assunto.
