Para os vereadores contrários à proposta de fechamento dos bares de Campinas às 23 horas, a formação de um grupo de trabalho para discutir o assunto na Prefeitura indica um recuo diante da repercussão negativa do projeto de lei. Integrante da bancada que recebeu músicos, donos e funcionários de estabelecimentos na Câmara nesta quinta-feira, a vereadora do PSOL, Mariana Conti, voltou a criticar o que chamou de falta de diálogo por parte do Executivo.
Para ela, a medida surge em um momento no qual a preocupação dos órgãos municipais deveria estar centralizada na regularização dos pedidos pendentes de alvarás. Por esse motivo, entende que o texto precisa ser mais analisado. Aberta ao público, a audiência no Plenário da Casa reuniu diversos representantes de setores ligados às atividades noturnas, que criticaram principalmente a política de aprovação de alvarás de funcionamento na cidade.
A sessão durou duas horas. No período, músicos, empresários e funcionários voltaram a reclamar do que entendem como risco aos empregos e ao faturamento, concentrado principalmente no fim da noite e na madrugada. Um deles foi Rogério de Oliveira, DJ e proprietário de uma locadora de equipamentos de som para eventos. Para ele, o texto cria uma dificuldade a mais para os bares, que já precisam seguir uma série de leis, regras e normas.
Além de Mariana Conti, do PSOL, o encontro também teve a participação de Pedro Tourinho, do PT, Marcelo Silva, do PSD, Tico Costa, do PP, e Gustavo Petta, do PCdoB. Carlão do PT integra o grupo, mas não esteve presente.
O projeto do Executivo prevê o funcionamento de bares, restaurantes e lanchonetes até às onze da noite com uma hora de tolerância para dispersão do público. Nesse período, novos clientes não poderão entrar nesses locais. O texto foi enviado para a Câmara em fevereiro, tramitou por diversas comissões da Casa, mas foi tirado da pauta de votação para novas discussões depois de vir à tona nas últimas semanas e se tornar alvo de diversas críticas.
