Com determinação da justiça, uma cena repetitiva na Câmara de Vereadores de Campinas, no interior de São Paulo, nesta terça e quarta-feira foi a da entrega de crachás. A exoneração atingiu 250 comissionados do legislativo campineiro. Restaram apenas 110 nesses cargos de confiança.
A determinação, em caráter liminar, foi publicada no Diário Oficial e a definição sobre a saída dos assessores foi imediata, já nesta terça-feira, quando os exames médicos começaram a ser realizados e pelo menos duas pessoas passaram mal.
Ana Paula Orsi que é diretora de Gestão de Pessoas na Câmara de Campinas acompanhou todo o processo e falou com tristeza sobre ele.
O clima era difícil até para nós da reportagem que na fila de entrega de crachás, tentamos conversar com os que estavam deixando à Casa Legislativa. Eles preferiram o silêncio. Aliás, era assim que estavam os corredores e gabinetes na manhã desta quarta-feira. Silenciosos e para o vereador Pastor Elias Azevedo com uma característica fantasmagórica.
A exoneração de 2/3 dos comissionados do legislativo de Campinas ocorreu por denúncia do Ministério Público. Para Marcelo Pelegrini, advogado especialista em Direito Eleitoral, houve um exagero do MP, mas resta a adequação.
O presidente do Legislativo, Rafa Zimbaldi tentou recorrer no STF e STJ, argumentando que o atendimento na Câmara será prejudicado com o enxugamento do quadro. A promotoria entrou com ação exigindo que os comissionados fossem substituídos por concursados, o que para Zimbaldi mostra que o objetivo do MP não é economizar dinheiro público.
Com a demissão de parte dos comissionados, cada vereador tem direito a um chefe de gabinete, com salário de cerca de R$ 12 mil, e mais três assessores, com vencimentos de R$ 3 mil. Antes os 33 parlamentares tinham 10 comissionados cada um.
A economia até a reposição por concursados será de R$ 30 mil por gabinete. Como a Câmara ainda vai recorrer da decisão judicial, não há prazo para a organização de concurso.