No dia 20 de junho comemora-se o Dia Mundial do Refugiado. No Brasil, até 2016, o país abrigava mais de 8.900 refugiados de 80 nacionalidades. Em Campinas, um levantamento feito pela Secretaria de Cidadania contabiliza na cidade mais de 1,5 mil imigrantes vindos de diversas partes do mundo, dentre elas, América Latina, Continente Africano e Paquistão.
O maior grupo é de haitianos, cerca de 900. O advogado Renato Savy, pós-graduado em direito material e processual do trabalho pela Metrocamp, defende a redução da burocracia no Brasil, como forma de facilitar o emprego aos imigrantes. Ele cita o exemplo de um médico haitiano que trabalha como faxineiro num hospital porque seu diploma não é reconhecido no Brasil.
Mas não é só a burocracia que prejudica a socialização dos imigrantes. O Diretor do Departamento de Cidadania da prefeitura de Campinas, Fábio Custódio, cita o preconceito como a grande barreira. Campinas possui o Serviço de Apoio ao Imigrante e Refugiado, que oferece serviços de orientação e execução de ações para a cultura, capacitação, regularização de documentos, trabalho e geração de renda.
Fábio Custódio cita ainda as ações educativas para que o refugiado aprenda o idioma. Entre os motivos para o refúgio no Brasil, ele cita a perseguição religiosa, que tem trazido muitos paquistaneses à Campinas. Esse foi o motivo que trouxe o paquistanês Dawood Masih, de 25 anos, a Campinas. Ele era Motorista de táxi no seu país e aqui trabalha como faxineiro.
O mesmo tipo de perseguição sofria Hanook Javed, de 24 anos, que é balconista em uma padaria em Campinas. Ele conta que seu maior desafio foi o idioma. Já o venezuelano, José Jesus Ortiz, que é pianista internacional e professor de piano em Campinas, conta que a grave crise econômica e política na Venezuela impossibilitam o tratamento de saúde de sua esposa, que é diabética. O refúgio é um direito garantido na Convenção da ONU de 1951 a qualquer pessoa que se sinta ameaçada em seu país de origem.
