Em fase de análise na Comissão de Legalidade da Câmara, a proposta de retirar as empresas de valores do perímetro urbano de Campinas tem a aprovação da população, mas enfrenta resistência e questionamentos do SindForte. Enquanto os moradores enxergam na medida uma boa solução para diminuir o risco de assaltos com armamentos pesados em bairros residenciais, a entidade não vê na ideia uma resposta eficaz contra a insegurança no município.
Para o diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Carro Forte, Lúcio Cláudio de Sousa Lima, aumentar a proteção à sociedade é necessário, mas o projeto isola e cria novos perigos para os vigilantes. As sedes das transportadoras de valores que já estiverem instaladas em perímetro urbano terão dois anos para se mudarem. O desrespeito à nova determinação prevê multa a partir de R$ 16,6 mil e até a perda do alvará.
O vereador Vinicius Gratti, do PSB, recorre ao texto e justifica que a intenção é criar um espaço específico para essas empresas e não somente distanciá-las da área urbana. Para isso, prevê também o reforço na segurança de todas elas. Segundo ele, atualmente a maioria dos estabelecimentos fica perto de rodovias por motivos logísticos, situação que acaba facilitando as ações das quadrilhas especializadas. Por isso, diz que prioriza áreas sem grande adensamento.
Em março de 2016, uma ação cinematográfica levou terror aos vizinhos da empresa Protege, que fica no bairro São Bernardo. O mega-assalto durou cerca de uma hora e meia e teve explosões e tiros de metralhadora ponto 50. Os disparos atingiram estabelecimentos e prédios próximos e foram ouvidos a quilômetros de distância. Nos dias posteriores ao crime, um protesto e um abaixo-assinado foram feitos pedindo a saída da transportadora do bairro.
Quase um ano e meio depois, no entanto, a empresa de valores continua lá. E a informação de que uma proposta prevê a restrição desses espaços fora da cidade foi bem recebida na região. Rogério Ferreira diz que se sentiria mais tranquilo.
