Denúncias sobre a falta de materiais básicos e até de pagamento de indenizações de funcionários demitidos no Hospital Ouro Verde levaram vereadores de Campinas a solicitar mais informações junto a Prefeitura de Campinas. A intenção é ter em mãos o contrato firmado no ano passado com a Organização Social Vitale, que recebe por mês R$ 11 milhões, para saber quais obrigações não são cumpridas atualmente e cobrar uma solução da gestora da unidade.
Um dos requerimentos foi feito por Luis Carlos Rossini, do PV, que quer ter acesso a mais detalhes sobre o número de equipes e trabalhadores que a administradora teria que disponibilizar para o atendimento no município. Com cerca de 160 mil atendimentos no PS e 10 mil cirurgias anualmente, o hospital teve greve em abril justamente pela falta dos acertos trabalhistas, impasse resolvido após o envolvimento do Ministério Público do Trabalho.
Ainda assim, os problemas internos continuaram e afetam principalmente a população. Além da demora nas consultas, procedimentos ambulatoriais, por exemplo, também teriam sido atingidos devido à falta de gaze e esparadrapo. Segundo o vereador Luis Carlos Rossini, as denúncias dão conta também de cirurgias que teriam sido canceladas e até mesmo sobre uma espécie de cota limitada de materiais entregues diariamente aos enfermeiros no local.
Além da falta dos pagamentos rescisórios, o número de demissões também subiu e teria chegado a 120 somente nos últimos meses, o que também chamou a atenção dos vereadores Pedro Tourinho, do PT, e Gustavo Petta, do PCdoB. Outra reclamação apurada é sobre a mudança na forma de contratação dos médicos, que seriam pressionados constantemente a mudar do regime celetista para o de Pessoa Jurídica, o que seria definido na chamada “quarteirização”. Atualmente, o Hospital Ouro Verde conta com cerca de 400 profissionais da saúde. Questionada, a Prefeitura informou que vai apurar as denúncias. Já a direção da unidade não enviou resposta até o fechamento desta reportagem.
