Em visita a Itapira para inaugurar o novo centro de distribuição do laboratório Cristália, o governador Geraldo Alckmin preferiu não manifestar sua opinião sobre a polêmica gerada no PSDB em relação à nomeação do deputado tucano Bonifácio Andrada como relator da denúncia contra o presidente Michel Temer na CCJ – Comissão de Constituição e Justiça. Mas elogiou o deputado Bonifácio Andrada como político e profissional. Andrada votou contra o andamento da primeira denúncia apresentada contra o presidente, investigado por suspeita de integrar uma organização criminosa e obstrução à Justiça. Alguns tucanos defendem até que ele seja até retirado da CCJ.
A situação gera irritação de Líderes tucanos contra Rodrigo Pacheco, presidente da CCJ, porque vários interlocutores do partido haviam pedido a Pacheco para não indicar alguém do PSDB para a relatoria da denúncia. Muitos chegam a considerar tratar-se de uma interferência do governo para dividir o partido e conseguir votos para beneficiar Temer. Alckmin se esquivou também de manifestar opinião sobre o pedido de afastamento do cargo e proibição de sair de casa à noite para o senador Aécio Neves, feito pelo Supremo Tribunal Federal. A decisão da Primeira Turma do STF gerou uma situação inusitada de união entre PSDB e PT.
O partido dos trabalhadores, com aval do ex-presidente Lula, emitiu nota na qual apesar de fazer críticas à Aécio Neves, lhe atribuindo responsabilidade pela crise política no país, defende no entanto a manutenção de Aécio no cargo alegando não existir afastamento de mandato por determinação judicial e que esta decisão do Supremo é mais um sintoma da hipertrofia do judiciário. Aécio é acusado de corrupção passiva e obstrução de Justiça, baseados na delação de executivos da J&F, que afirmaram ter sido repassado à Aécio R$ 2 milhões em propina. O senado adiou para a semana que vem a decisão sobre manter ou não a determinação do STF.
