O empresário Miceno Rossi Neto que é um dos principais alvos das investigações do esquema de bilionário de fraude fiscal no ramo de combustíveis na região de Campinas, interior de São Paulo, foi denunciado pelo Ministério Público Federal, neste final de setembro.
De acordo com a Procuradoria, Miceno utilizou uma empresa de fachada, a Euro Petróleo, para deixar de pagar tributos entre 2008 e 2011. A dívida consolidada chegaria a quase R$ 700 milhões. O representante comercial José Luis Ricardo e o contador Glacildo de Oliveira também foram denunciados por participação nas supostas fraude. A firma citada teve um faturamento de R$ 1,4 bilhão, com movimentações vultuosas, nos quatro anos de atuação.
O esquema teria desdobramentos em vários pontos do país, com prejuízos totais aos cofres públicos que passariam de R$ 5 bilhões.
Em agosto, a Operação Rosa dos Ventos da Polícia Federal, Receita e MPF cumpriu 36 mandados de busca e apreensão e 24 de prisão em várias cidades de São Paulo, de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal.
De acordo com inquérito, o esquema partiu de Paulínia, após a Receita constatar irregularidades durante uma fiscalização em 2016. Cerca de cem empresas de fachada seriam usadas e conseguiriam grandes vantagens. O imposto do etanol, por exemplo, chega a 33% do valor final do produto. Sem arrecadação dos tributos, praticavam concorrência desleal, com impactos no setor, como explica o delegado da Polícia Federal, Victor Hugo Rodrigues.
Além da sonegação fiscal, a operação também tinha como foco supostos crimes com pedras preciosas e falsificação de títulos da dívida pública.
O empresário alvo da nova denuncia se entregou à justiça dias depois dos cumprimentos de mandados e permanece preso preventivamente. O Ministério Público Federal diz que novas denúncias contra outros envolvidos devem ser apresentadas em breve.