O segundo leilão da massa falida dos ativos do grupo Mabe Brasil Eletrodomésticos alcançou R$ 98,8 milhões. De acordo com informações da Capital Administradora, responsável pela gestão da massa falida, o valor corresponde à venda de três imóveis (fábricas de Campinas e Hortolândia e um galpão também em Hortolândia) e 150 equipamentos. Os imóveis foram arrematados com no mínimo 50% acima do valor de avaliação, enquanto o galpão foi por 72% a mais.
Em outubro passado, um outro leilão foi realizado, referente a marcas e patentes, que arrecadou R$ 70 milhões com a venda das marcas Dako e Continental para a Electrolux. O juiz André Forato Anhê, responsável pelo processo, já homologou a proposta de pagamento aos credores e que agora só se aguarda o prazo legal para eventual recurso.
A Mabe tem um total de 3.330 credores (entre trabalhadores e fornecedores) e um passivo de R$ 1,228 bilhão. Os ativos devem render apenas R$ 272 milhões. Com isso, o pagamento não chega aos quirografários (classe de credor sem garantia), representados por R$ 956 milhões. Os trabalhistas, com crédito a receber de R$ 81,6 milhões, deverão ser quitados já com esse segundo leilão.
Somados os dois leilões, deverão ser quitados todos os credores trabalhistas extraconcursais, que são os créditos trabalhistas adquiridos entre o pedido de recuperação judicial e a decretação da falência (de 2013 a 2016), e os credores concursais extra trabalhistas. É possível que credores trabalhistas anteriores à recuperação judicial, em 2013, também sejam quitados.
A Capital Administradora apresentará uma proposta de novo leilão ao juiz da recuperação judicial provavelmente em dezembro, para entrega do edital em janeiro mas ainda não há data de publicação.
A Mabe teve falência decretada em fevereiro de 2016. Com a finalização da segunda praça do leilão, o pagamento das dívidas trabalhistas deve acontecer antes que se complete dois anos da falência.