No Brasil, o nome Maurice White não é muito conhecido, mas todas as músicas que vão tocar nos próximos cinco minutos são mundialmente famosas, e estão relacionadas ao grupo que ele liderava. Quando fundou o Earth, Wind & Fire em 1969, Maurice White queria muito mais do que apenas fazer música. Ele tinha um conceito de levar uma mensagem universal de amor e elevação espiritual, e pra isso começou pelo nome, escolhido após fazer o mapa astral e descobrir que o seu signo, sagitário, tem como elementos de regência natural, a terra, o vento e o fogo. Pra atingir o objetivo de fazer uma música que pudesse ser ouvida em qualquer lugar do mundo, Maurice White não exitou em reformular o grupo, mesmo com dois discos já lançados. Apenas seu irmão Verdine foi mantido como baixista. A atitude que poderia parecer precipitada se mostrou eficaz, pois entre os novos componentes estava Philip Bailey, que além de ajudar no trabalho de composição, chegou para dividir os vocais com Maurice White. Cantando em falsete, o complemento foi perfeito.
Os shows do Earth, Wind & Fire merecem um capítulo à parte. Maurice White sempre fazia questão de tudo ensaiado, e isso não tem relação apenas com a música. A coreografia, mesmo que só aparecesse em alguns momentos, envolvia inclusive os músicos. No figurino a regra era apenas uma : as roupas deveriam ser extravagantemente coloridas. E se dança e visual não fossem suficientes, ainda havia partes do palco se movimentando pra cima e pra baixo e truques de ilusionismo com os integrantes sumindo ou aparecendo.
Dezenas de músicos de apoio já passaram pelo Earth, Wind & Fire, mas um tecladista que nem fazia parte oficialmente do grupo merece ser lembrado. Charles Stepney exerceu várias funções em estúdio. Foi arranjador, produtor e compositor até 76 quando morreu repentinamente. Maurice White sempre atribuiu a Charles muito do seu aprendizado musical, pois os dois eram amigos desde a década de 60, quando ambos eram contratados de uma gravadora. Maurice era baterista e Charles já trabalhava na produção.
Os mais de quarenta anos de história do Earth, Wind & Fire fizeram com que todos os detalhes extra música fossem diminuídos, mas não esquecidos, pois dança, roupas e iluminação ainda compõem o cenário. Outro ponto importante, seja nos discos ou em shows, é o acompanhamento dos instrumentos de sopro, algo incomum numa época em que a seção de metais é geralmente feita no teclado.
A partir de 1995 foram raras as aparições de Maurice White nos shows devido ao tratamento contra o mal de Parkinson, mas a produção em estúdio e a liderança do Earth, Wind & Fire ainda ficaram sob o comando dele até a morte em 2016.
Nessa edição do quadro Música é Cultura você acompanha os principais sucessos do Earth, Wind & Fire.
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produção
Walmir Bortoletto
edição
Paulo Girardi