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Líder de Governo e Secretário são investigados no caso do Hospital Ouro Verde

Foto: Valéria Hein

“Eu só chego a conclusão o seguinte: deram um tiro numa pombinha, pegaram um avião.” Essa fala é do líder de governo na Câmara de Vereadores de Campinas, Marcos Bernadelli. Ele é investigado e seria o suposto elo entre o legislativo e a Organização Social Vitale, que administrava o Hospital Ouro Verde.

A pombinha que se tornou um avião seria Anésio Corat Júnior, o diretor da área de Contas da Secretaria Municipal de Saúde. Na casa dele, houve a apreensão de R$ 1,2 milhão durante a operação do Gaeco do Ministério Público do dia 30 de novembro, que aponta desvio de verba da área da saúde. A conversa de Bernadelli ocorreu com um advogado no dia 1° de dezembro. O grampo foi autorizado pela justiça.

E o diálogo já começou com o advogado se referindo a um processo licitatório fraudulento.

A conversa tem mais de 17 minutos. Em determinado trecho, o advogado conta a Bernadelli como pode ter sido a fraude.

Nós conversamos com Marcos Bernadelli. Sobre a situação de Corat Neto, falou que a expressão usada foi de surpresa. Em relação ao suposto esquema de corrupção na saúde, disse desconhecer. Também nega defender interesses da Vitale na Câmara.

Outro investigado pelo Ministério Público é o secretário de Assuntos Jurídicos, Silvio Bernardin, considerado braço direito do prefeito Jonas Donizette.

Em uma das conversas grampeadas com autorização judicial, ele conversa com o secretário de Saúde, Cármino de Sousa, que relata uma relação conturbada entre prefeitura e Vitale, que produziria mais, gerando ônus a prefeitura.

Cármino não é investigado. O trecho começa com a fala dele.

A investigação contra Silvio Bernardin acontece porque ele foi citado pelo diretor-presidente do Grupo Rac/Correio Popular, Sylvino de Godoy Neto, em telefonemas que compõem as escutas do inquérito do Ministério Público. Em conversa com Ronaldo Foloni, então diretor geral da Vitale, Sylvino diz que falou com Bernadin e com prefeito Jonas Donizette para liberar mais recursos à organização social.

O filho do empresário é Gustavo Khattar de Godoy. Ele é proprietário da empresa de radiologia que está na lista de fornecedores da Vitale e em 2016 teria faturado meio milhão de reais, segundo o MP.

O advogado da família Godoy, Ralph Tórtima Filho, disse que a conversa aconteceu sobre aditivo para quitar dívidas do Ouro Verde. A justificativa é que Sylvino estaria preocupado com saúde pública, mas também com a situação do filho.

Em um dos grampos, Foloni menciona ter ouvido de Gustavo, que “a Vitale só havia vencido o certame em Campinas graças à intervenção do seu pai com o prefeito Jonas Donizette”. A troca teria sido o jornal Correio Popular “cessar as matérias negativas” envolvendo a saúde municipal e a prefeitura garantir que a OS “contraria os serviços de imagem de Gustavo”.

O advogado Ralph Tórtima nega isso. Sobre a conversa com o Jonas Donziette diz que foi casual, mais para falar sobre a situação econômica crítica das prefeituras.

Jonas Donizette é investigado pela Procuradoria. Ele nega qualquer envolvimento com suposto esquema de corrupção na saúde da cidade.

 

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