A saúde pública de Campinas esteve à beira de colapso, diante da importância do Hospital Ouro Verde para o município. Escutas telefônicas autorizadas pela justiça apontam que um dos planos da diretoria da organização social Vitale, que administrava a unidade era parar o atendimento no local.
A conversa ocorreu no dia 13 de julho de 2017, entre a presidente da OS, Aparecida de Fátima Bertocello, conhecida como Tata e Paulo Câmara que seria o chefe do grupo de empresários, por trás da Vitale. Dias depois dessa conversa, cirurgias foram adiadas no Hospital Ouro Verde.
As escutas telefônicas também captaram indícios de corrupção de agentes públicos da prefeitura de Campinas. Uma conversa entre Anésio Corat Júnior, o então diretor de Contas da Secretaria de Saúde e Ramon Luciano da Silva, comissionado alocado neste setor, mostra preocupação de Anésio com grampos e a postura que ele passaria a adotar sem ter “retornos”.
O diálogo é do dia 27 de abril de 2017. O trecho começa com a fala de Anésio.
Menos de dois meses após esse telefonema, Anésio Corat Júnior foi citado numa conversa entre Hélio Franchi e Fernando Vitor Torres Nogueira Franco, que seria lobista no esquema.
Eles conversam sobre uma aparente insatisfação do funcionário público, que seria causada por um “acerto” não cumprido.
Fernando após citar isso, parece desconversar como se desse conta de que a conversa não deveria ser falada por telefone.
Foi na casa de Anésio Corat Júnior que o Ministério Público apreendeu R$ 1,2 milhão durante a operação Ouro Verde, no dia 30 de novembro.
Na residência de Fernando Vitor Torres Nogueira Franco, dois carros de luxo foram apreendidos na mesma ação.
O Ministério Público aponta que o suposto esquema criminoso desviou R$ 4 milhões da saúde de Campinas.
