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Profissional do Ouro Verde relata problemas no hospital mesmo após intervenção

Ponto-Socorro do Hospital Ouro Verde (Foto: Guilherme Pierangeli)

Um médico cirurgião do hospital Ouro Verde, que solicitou que ter a identidade omitida, relatou os problemas vividos por médicos, funcionários e pacientes ao longo da administração da Organização Social Vitale, iniciada em maio de 2016, e encerrada no início de dezembro, após ser deflagrada a “Operação Ouro Verde”.

Para ele, pacientes tiveram piora no quadro de saúde devido à falta de insumos e estrutura. Ele afirmou que quando os médicos e funcionários cobravam a direção da Vitale sobre os problemas, ouviam a alegação de que a Prefeitura não repassava verba suficiente para o hospital. Já a os representantes da prefeitura diziam que a Vitale não administrava os recursos corretamente.

Com a saída da Vitale, após intervenção da Prefeitura, o grupo que administra o Hospital Mário Gatti se tornou responsável também pela gestão do Ouro Verde. Mas, segundo o médico, quase nada mudou nas primeiras semanas sem a Vitale, e muitos problemas continuam. “Não temos ultrassonografia para fazer no Pronto-Socorro, ontem a noite faltou gaze, faltou Dipirona, equipos de soro, e ontem a noite faltou fixador externo para ortopedia, e com isso um colega pediu para o Samu não encaminhar pacientes para cá pois não tínhamos fixador externo para operar possíveis acidentes que poderiam chegar”.

O presidente da Rede Mário Gatti, Marcos Pimenta, reconheceu os problemas, e afirmou que a administração está trabalhando para saná-los. “Existem algumas faltas de insumos pontuais e estamos abastecendo o hospital dentro da possibilidade, utilizando estoque da Secretária de Saúde ou do estoque do Mário Gatti, hoje mesmo foram três ou quatro medicamentos que deslocamos do Mário Gatti. Não dá para ficar fazendo compra emergencial a cada item em falta, então estamos agora validando todos os dados de estoque para poder avaliar a realidade dos estoques existentes no Ouro Verde e quais insumos e qual a frequência que são utilizados”.

O médico disse que problemas como atrasos em salários e benefícios continuam, e reclamou da falta de diálogo com a direção atual do hospital. Marcos Pimenta reconheceu os atrasos, e disse que o problema será sanado em breve.

Quanto aos prestadores de serviço, o Pimenta afirmou que os pagamentos serão realizados, mas que para isso é necessária a comprovação do contrato da prestação de serviço pelas pessoas jurídicas.

Em relação à cesta básica, ele afirma ter recebido recentemente os recursos suficientes, e que uma licitação emergencial possibilitará a entrega de cestas básicas e cestas de natal em breve. Pimenta negou que haja a falta de diálogo reclamada pelo médico, e disse que as reuniões têm ocorrido com a presença de representantes de médicos e funcionários.

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