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Setores do comércio que perderam espaço sobrevivem em Campinas graças à dedicação dos profissionais

O som do relógio de carrilhão, tão comum nas casas dos avós, não é mais encontrado com facilidade nas lojas de Campinas. Antigamente, o Centro da cidade contava com um bom número de profissionais especializados na comercialização e conserto não só dos antigos relógios de parede, como os de bolso, pulso entre outras relíquias. Hoje, o avanço tecnológico com as plataformas digitais praticamente matou a atividade, mas ainda há aqueles que resistem e se mantêm em atividade e projetam o futuro.

Num pequeno imóvel no Centro de Campinas, o relojoeiro Dildeb Alves, conhecido como Bill, trabalha com conserto, reparo e restauração há mais de 20 anos. Ele disse que conhece apenas outros poucos profissionais que fazem o mesmo serviço na cidade. O trabalho exige técnica, estudo e muita paciência, o que torna a atividade muito mais atrativa. Para Bill, sobreviver em meio à nova era tecnológica é resultado de muita dedicação, honestidade e bom tratamento ao cliente e também se adequar aos novos produtos que chegaram ao mercado.

E pra quem acha que o serviço oferecido não tem futuro, é melhor pensar de novo. O ajudante da relojoaria é filho de Bill, que não esconde de ninguém que pretende seguir os passos do pai por muitos anos. Luan Alves tem 24 anos e experiência de mais de dez no ofício. Formado em publicidade, ele espera herdar o negócio do pai e, no futuro, passar para os filhos.

 

Já para os amantes de cinema, as locadoras de filmes se tornaram locais obrigatórios, principalmente aos finais de semana, até o começo dos anos 2000. Grandes franquias tinham centenas de lojas espalhadas por toda a cidade. O avanço da pirataria, a facilidade dos downloads ilegais, a popularização da TV a cabo e a chegada dos serviços de streaming, foram responsáveis pela falência de quase todas as empresas que atuavam neste ramo de atividade.

Locadora de vídeo ainda se mantém em atividade em Campinas

A Megamil era uma dessas franquias, que tinham dezenas de lojas em Campinas. Um a um os estabelecimentos foram fechando. Mas uma loja, na Rua Joaquim Vilac, resistiu e permanece de portas abertas até hoje. A sócia proprietária da locadora, Josi Ribeiro, começou como funcionária da franquia nos tempos áureos e mais de 10 anos depois, disponibiliza os serviços de locação de filmes para os clientes. No cadastro da loja, há mais de 20 mil pessoas inscritas, mas atualmente, são cerca de 500 clientes ativos. Segundo Josi Ribeiro, ainda há interessados em locação de filmes, pelo fato das novas tecnologias não oferecerem os lançamentos, com imagem e som de qualidade, como os blu rays, por exemplo.

O fato é que, por amor a profissão, nem as regras ditadas pelo mercado são suficientes para impedir que as pessoas façam o que gostam.

 

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