Enquanto o prefeito, o vice e 13 dos 15 vereadores de Paulínia são alvos de denúncias e investigações, a população demonstra ceticismo e indignação pelas ruas do município. Valéria Gomes, por exemplo, reage com bom humor. Já Carlos Eduardo de Almeida critica os próprios eleitores e traça um paralelo direto com a situação da política no Brasil.
O capítulo mais atual da crise é a manutenção da decisão da Justiça que obriga a Câmara a votar novamente a denúncia contra o prefeito, Dixon Carvalho, do PP, e 13 membros da Casa. Na nova discussão do assunto, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, somente os dois vereadores que não foram denunciados e os suplentes dos citados vão participar.
Com isso, foi anulada a sessão de agosto de 2017 que arquivou o pedido de investigação. O texto aponta que houve troca de favores entre o Chefe do Executivo e os parlamentares. Blindado de apurações sobre contratos emergenciais da merenda e coleta de lixo, com valores superiores a R$ 13 milhões, Dixon teria feito 68 nomeações como forma de compensação.
Paralelo a isso, porém, outra comissão já foi aprovada no Legislativo contra o vice-prefeito de Paulínia. Sandro Caprino, do PRB, é acusado de improbidade, desvio de função e quebra de decoro. Rompido com Dixon desde maio do ano passado por discordâncias no início da gestão, ele se defende, define como “perseguição política” o processo iniciado na Câmara e espera ser intimado.
Para o cientista político Pedro Rocha Lemos, não resta dúvida de que Paulínia vive uma crise institucional. Ele também cita o momento do País e pede uma mudança cultural. Procurada para se posicionar sobre as suspeitas e a nova votação no Legislativo, a assessoria do prefeito da cidade não enviou nota até o fechamento desta reportagem.
