Os médicos do Hospital Ouro Verde, de Campinas, entraram em greve por tempo indeterminado. Um dos principais motivos é a falta de pagamento de salários. De acordo com o Sindimed, sindicato que representa a categoria, a maioria do corpo clínico não recebe desde dezembro do ano passado, e outros, desde agosto. O presidente do Sindimed, Casemiro dos Reis, afirma que os casos de emergência serão atendidos e os pacientes internados continuarão recebendo 100% de assistência, mas as consultas agendadas e cirurgias eletivas ficarão paralisadas.
Ele explica que os casos menos graves que chegarem ao pronto socorro serão encaminhados a outras unidades de saúde. De acordo com Casemiro, foram organizadas comissões para evitar um prejuízo muito grande ao atendimento da população, mas a greve só termina quando houver acordo. A categoria quer também a garantia de que insumos e medicamentos sejam regularizados no hospital. A exemplo dos funcionários do Hospital, que estão em estado de greve e sinalizam para uma paralisação na próxima terça feira se não houver acordo, os médicos também querem a garantia de emprego quando houver a rescisão do contrato com a Organização Social Vitale, que deixou de administrar o Hospital por suspeita de corrupção e desvio de verba pública.
O Presidente do Mário Gatti e Interventor no Hospital Ouro Verde, Marcos Pimenta, ressalta que através de um TAC firmado junto ao Ministério Público do Trabalho foi definido que seria apresentado um plano relacionado à rescisão desses contratos de trabalho vinculados à Vitale. Ele garante também que todos os pagamentos estão em dia, graças uma liminar que o município conseguiu junto à Justiça e Ministério Público do Trabalho.
Já para os funcionários contratados como pessoa jurídica, a regularização dos salários está em andamento. Para Pimenta, essa greve tem motivação política. Com relação a falta de insumos, Pimenta garante que a situação está sendo regularizada desde que houve a intervenção. A administração informou estar avaliando quais setores estão sendo mais impactados pela paralisação para que seja oferecido um suporte ao Atendimento no Hospital.