O verão chegou ao fim. E entre o mês de dezembro e o dia 20 de março, choveu 526 milímetros na região de Campinas, de acordo com o Cepagri da Unicamp. O nível está abaixo da média de 688 milímetros para o período e é o quarto menor registrado nos últimos 30 anos pelo centro de pesquisas meteorológicas.
O verão mais crítico foi entre 2014 e 2015, quando choveu 280 milímetros. Na época, 23 cidades da área do Consórcio PCJ adotaram o racionamento.
Para o diretor-presidente da Agência das Bacias PCJ, Sérgio Razera, o problema é que a chegada do outono marca também o início dos meses de estiagem. Na opinião dele, a reserva de água atual do Sistema Cantareira, 53%, só deve ser suficiente até o próximo verão se medidas de economia foram adotadas.
Por outro lado, Razera diz que a nova outorga impede que a Sabesp retire para a Grande São Paulo o volume fixado anteriormente de 33 metros cúbicos. A concessão é válida até 2027, entrou em vigor em maio de 2017 e define níveis diferentes de uso conforme a porcentagem de armazenamento das represas.
Pelas novas regras, com o reservatório em 40%, por exemplo, o limite de retirada cai para 31 metros cúbicos por segundo. Já em 20%, vai para 15. Outro fator lembrado pelo diretor-presidente da Agência PCJ é a obra de interligação das bacias hidrográficas Jaguari-Atibainha, inaugurada em março.
Para a região de Campinas, a outorga do Cantareira garante a vazão média de 10 metros cúbicos por segundo. O volume é o dobro do registrado anteriormente.
Segundo dados da Sabesp, a meta é que o nível das represas chegue a 65% para que a hipótese de repetição da crise hídrica ocorrida em 2014 seja descartada. Em nota, a empresa afirmou que não há “nenhum motivo para preocupação”. O PCJ, porém, prevê que o sistema não alcance esse volume ideal até abril.
