Com quase 9 mil casos de dengue contabilizados pelo estado, Campinas sente os reflexos na rede pública de saúde. A epidemia aumenta a demanda dos hospitais e gera espera de 6 a 8 horas para o atendimento. No pronto-socorro do Ouro Verde, segundo Rose Cecílio, o problema foi agravado pela falta de médicos. Ela esperava a mãe, que recebia uma dose de soro. Outros pacientes, porém, aguardavam desde a madrugada.
Com a lotação na sala de espera na manhã desta segunda-feira, muita gente preferiu ficar do lado de fora da unidade. Era o caso de Rosa Amâncio, que estava com a filha de 13 anos e se disse preocupada. A menina sentia fortes dores de cabeça e apresentava todos os outros sintomas da dengue. O problema é que o número de profissionais no setor infantil não seria suficiente para todos os pacientes.
Apesar da demora, todos os pacientes com diagnóstico confirmado ou com suspeita da doença eram atendidos, passavam por exames e recebiam o soro, situação semelhante à do PS do Hospital Mário Gatti. No local, o marido de Márcia Sousa teve o sangue colhido e esperava ser liberado. Moradores da Vila Pompéia, na região do Vila Rica, os dois chegaram logo cedo à unidade, pouco antes da espera aumentar.
Já o aposentado Joaquim Francisco sentiu os reflexos da recepção lotada. Em pé do lado de fora, ele acompanhava a mulher, com dores no pé, e contou que o tempo de espera na unidade chegava a 8 horas. Questionada sobre os índices em meio à epidemia de dengue, a assessoria das unidades confirmou que a procura aumentou 30% no Ouro Verde e de 20 a 30% no Hospital Mário Gatti. Indagadas sobre as reclamações de falta de profissionais e de demora no atendimento, as duas instituições não enviaram resposta até o fechamento desta reportagem.