Uma página no Facebook com 42 mil seguidoras e 1,3 mil depoimentos traz para o Brasil o debate sobre os efeitos colaterais do uso contínuo das pílulas anticoncepcionais. Carla Simone Castro junto com Simone Vasconcelos Fator – que conheceu pela internet – criaram a página “Vítimas de anticoncepcionais. Unidas a favor da Vida”. Nos vídeos e textos são relatados casos até entre adolescentes de trombose provocada pelo uso do medicamento. Carla sofreu trombose venosa cerebral, um tipo de AVC, com seis meses de uso do anticoncepcional.
Ao saber dos efeitos ficou indignada por não ter sido alertada por sua médica a respeito dos possíveis riscos que corria ao tomar pílula, um contraceptivo comum entre as mulheres. Foi então que fez um vídeo, postou na internet e descobriu outras várias mulheres com problemas de saúde.
A pesquisa já ouviu 810 pessoas e deve ser a primeira do Brasil. Tem casos que demoraram 10 anos e outros pouco tempo como foi o caso de Carla que descobriu ter o fator genético um potencial maior. Em alguns casos somado a mutação para o gene protrombina as chances de ter trombose aumentam 149 vezes. O grupo na internet quer então notificar casos, criar estudos e cobrar orientação da classe médica.
Consultada pela CBN a ginecologista, especialista em reprodução humana e novas tecnologias anticonceptivas da Unicamp, Ilza Maria Urbano Monteiro, parabenizou a iniciativa por promover conhecimento sobre o assunto. Confirmou que não há dados oficiais no Brasil sobre os riscos. Mas minimizou dizendo que são raros os casos de trombose por uso da pílula.
A médica llza Maria aproveitou para dizer que entre as pacientes a maior parte faz uso errado do medicamento ao esquecer de tomar, mudar horários ou ter má qualidade de vida e vícios. Ela concorda que falta diálogo entre médicos e pacientes. A ginecologista relata como efeitos colaterais da pílula náuseas, dores de cabeça e sangramento, mas descartou infertilidade e lembrou ser necessário o uso em diagnósticos de ovários policísticos, pequenos cistos, disfunsão hormonal e espinhas.
