Nos anos 50 a temática do pessimismo tendo como referencia o desencanto com o mundo, das paixões sofridas num ambiente boêmio de fim de noite era a marca do estilo musical predominante na época, o samba canção. Porém essa visão de mundo não encontrava ressonância com o público mais jovem do final daquela década e inicio dos anos 60, pois afinal, o sol já brilhava forte, e o flerte sem compromisso anunciava a bossa nova e um dos responsáveis por essa mudança foi Roberto Menescal.
O desejo de fazer uma música nova, e ainda tendo o Rio da Janeiro como cenário inspirador, levou um grupo da amigos a criar um estilo próprio e entre eles estava o violonista e compositor Roberto Menescal . Em 1958 eles foram convidados para uma participação no show da cantora Sylvia Telles o que historicamente ficou conhecido como a primeira apresentação do grupo intitulado naquela noite, com o nome de bossa nova.
Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli praticamente edificaram o imaginário coletivo através de composições que se transformaram em verdadeiros hinos da bossa nova. Através de uma visão positiva em relação a vida na temática : praia, mar e mulher bonita tudo num mítico dia de sol. Longe de ser um sonho idealizado essa situação era uma realidade que todos eles viviam quase que diariamente.
O grupo da bossa nova também era formado por Carlos Lyra, Chico Feitosa , Luiz Carlos Vinhas entre outros. As reuniões aconteciam no lendário apartamento dos pais de Nara Leão na zona sul carioca. No inicio da década de 60 a qualidade das músicas que a dupla Menescal a Boscoli lançou contribui para a bossa nova deixar de ser apenas um grupo e se tona-se um movimento artístico
Avesso as badalações Roberto Menescal não quis seguir uma carreia internacional como vários de seus colegas . Com o seu conjunto Roberto Menescal também se dedicou a bossa nova instrumental, foram vários trabalhos lançados pelo selo Elenco além de projetos com diversos interpretes.
Com a mudança política nacional em meados da década de 60, a música engajada de postura política não fazia parte do universo de Menescal que passou a se dedicar como diretor artístico da gravadora Polygram alongo dos anos 70 até meados da década seguinte. Mas com a mudança na década de 80 que privilegiava o sucesso fácil e a estagnação da industria com o crescimento da pirataria, Menescal voltou a velejar pelos mares que conhecia.
Com o conhecimento adquirido fundou no anos 90 e seu próprio selo o Albatroz e aí retornou aquilo que mais gostava e conhecia a bossa nova que mantém hoje em dia inúmeros projetos pelo Brasil e o mundo.
Ele fez parte da primeira geração da Bossa Nova. O quadro Música é Cultura destaca a obra do violonista e compositor Roberto Menescal.
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produção
Walmir Bortoletto
edição
Paulo Girardi