Professores e alunos que estão tentando manter as atividades na Universidade Estadual de Campinas afirmam que estão sendo coagidos pelos movimentos grevistas. Um vídeo de um professor tentando dar aula está circulando na internet. Nele, o docente tenta em vão conversar com os alunos, mas é impossível a comunicação, já que há muito barulho provocado por instrumentos musicais dentro da sala de aula. Além disso, quando o professor escrevia no quadro negro, um aluno ia apagando as anotações, impedindo a aula de ser ministrada.
A situação vem se repetindo constantemente e os alunos e professores que querem continuar com as aulas estão se sentindo coagidos. O professor de instituto de computação da Unicamp, Rodolfo Azevedo, afirmou que não conseguiu aplicar uma prova depois que cerca de 20 alunos que não eram de sua turma invadiram a sala de aula. A professora da faculdade de engenharia química, Marisa Beppu, disse que os manifestantes em greve estão promovendo piquetes para impedirem a realização das aulas na universidade.
Em resposta aos piquetes, os professores da Unicamp que não aderiram à greve estão passando um abaixo assinado onde pedem liberdade para exercer sua função. Em apenas quatro dias, cerca de 500 professores haviam assinado o documento. Entre os alunos da universidade que não apoiam a greve estudantil, há insatisfação com o fato de não poderem acompanhar as aulas dentro do calendário previsto pela universidade. Um representante do movimento Unicamp Livre, que não quis se identificar, criticou o movimento estudantil da universidade, que estaria tentando impor a greve em todo ambiente acadêmico.
A assessoria de imprensa da Unicamp informou que a universidade tomou ciência do vídeo que registra um estudante impedindo um professor de ministrar aula no campus de Campinas, e irá tomar providências com base em suas normas institucionais de condutas disciplinares. O Diretório Central dos Estudantes, responsável pela greve, foi procurado pela reportagem, mas ninguém respondeu até o fechamento da matéria. A Associação dos Docentes da Unicamp informou que seus representantes participavam de uma reunião e que só iam se manifestar depois do encontro.
