Em nota divulgada nesta sexta-feira, a Unicamp negou que tenha marcado uma reunião com os estudantes que ocupam a reitoria há mais de 40 dias. O encontro foi divulgado pelos alunos, que temem o cumprimento da reintegração de posse. Consultada, a PM disse estar pronta para a ação.
No comunicado, a instituição diz que pretende tomar as medidas cabíveis contra o descumprimento da medida judicial expedida no mês de maio. Na liminar, o juiz Wagner Roby Gídaro, da 2ª Vara da Fazenda Pública proíbe piquetes no campus, sob pena de multa e reintegração de posse.
Ao longo da ocupação, porém, diversos bloqueios com o apoio de funcionários e professores em greve foram registrados na universidade. Por esse motivo, a Unicamp elevou ainda mais o tom e voltou a afirmar que as oportunidades de diálogo com os estudantes se esgotaram.
No texto, a Administração critica as ações que considera excessivas por parte do movimento estudantil e ainda nega que tenha feito ameaças. Por fim, informa que os incidentes envolvendo manifestantes nas unidades de ensino e pesquisa serão apurados de maneira interna.
Na manhã desta sexta-feira, entre 7 e 9 da manhã, os estudantes bloquearam duas portarias do campus, o que afetou o trânsito na região. O ato travou as entradas pelas avenidas Professor Atílio Martini e Romeu Tórtima e foi encerrado após uma passeata dentro da universidade.
Os estudantes não quiseram se manifestar ou gravar entrevista e, apesar da expectativa, o clima se manteve tranquilo até o final da manhã.
Ouvida pela produção, a Polícia Militar informou que já tem todo o planejamento para reintegração de posse da reitoria da Unicamp. A corporação conta que já possui as informações necessárias e espera alguns fatores para a ação. Um deles é o pedido da própria Unicamp.
A ocupação da reitoria é motivada por pautas como cotas étnico-raciais, ampliação da moradia e em protesto ao corte de verbas de R$ 40 milhões.