Ouça ao vivo

MPT investiga situação de sul-coreanos agredidos em Campinas

O Ministério Público do Trabalho vai investigar o agenciador sul-coreano acusado de agredir 21 jovens asiáticos que vieram ao Brasil com a promessa de se tornarem jogadores de futebol. Entre eles, pelo menos 16 são menores de idade. O objetivo dos procuradores é apurar se há relação entre o caso registrado em Campinas e outros inquéritos semelhantes existentes no país.

Os atletas, que passaram por exame de corpo de delito nesta terça-feira, relataram à polícia e ao Conselho Tutelar que apanhavam com tacos de sinuca quando não tinham bom desempenho nos treinamentos ou não cumpriam obrigações na casa onde ficavam. Eles eram mantidos em uma chácara na região do Aeroporto de Viracopos que pertence ao ex-jogador José Sérgio Presti, técnico das categorias de base da Ponte Preta. Segundo ele, o local foi alugado ao agenciador Dong Hyun Kim, conhecido como Ricardo, há alguns meses. Zé Sérgio, porém, nunca desconfiou das agressões.

De acordo com o conselheiro tutelar da região sudoeste de Campinas, Lindomar da Silva, alguns menores que conseguem se comunicar em português confirmaram que as agressões eram recorrentes desde o tempo em que o grupo era mantido na cidade de Santa Isabel, no interior paulista. As marcas das agressões foram registradas por uma dos garotos em uma câmera fotográfica que foi entregue às autoridades.

Segundo o procurador do Ministério Público do Trabalho Éverson Carlos Rossi, responsável por um inquérito semelhante, o grupo de sul-coreanos mudava frequentemente de cidade. De acordo com ele, os agenciadores recebem dinheiro das famílias para que os jovens sejam treinados no país e consigam testes em clubes de futebol. Apesar disso, o procurador evita estabelecer relação com o outras investigações.

No caso de Campinas, as autoridades chegaram ao local onde os adolescentes estavam depois que um técnico brasileiro fez a denúncia. O agenciador sul-coreano foi detido, negou todas as acusações e assinou um termo de compromisso. Ele terá que se apresentar à Justiça quando for chamado. Já os jovens, permanecerão na chácara sob a responsabilidade de Zé Sérgio enquanto as investigações acontecem. Os trabalhos são acompanhados pelo consulado da Coréia do Sul no Brasil. Além disso, as situações dos vistos no país também serão averiguadas pela Polícia Federal.

Compartilhe!

Pesquisar

PODCASTS

Mais recentes

Fale com a gente!

WhatsApp CBN

Participe enviando sua mensagem para a CBN Campinas

Veja também

Reportar um erro

Comunique à equipe do Portal da CBN Campinas, erros de informação, de português ou técnicos encontrados neste texto.