Entre os moradores da região onde está prevista a nova plataforma e a extensão dos trilhos da maria-fumaça, em Campinas, Arnaldo César da Silva é o que mais se preocupa com as mudanças no local. O aposentado vive em um terreno ao lado dos pilares erguidos na gestão de Hélio de Oliveira Santos, quando a empresa responsável abandonou a área próxima à Praça Arautos da Paz alegando falhas no projeto.
Desde então, mesmo com a suspensão das obras, ele convive com a incerteza sobre o futuro, já que pode ser despejado da casa onde mora com a família desde os anos 70. Ele conta que a última visita de um oficial de Justiça foi há cerca de três meses, mas ainda não sabe se terá que deixar o local. A Prefeitura, no entanto, negou através da assessoria de imprensa que desapropriações de terrenos estejam previstas e alegou que alterações nos traçados de ruas e avenidas ainda estão em análise.
Entre os estudos que serão feitos nos próximos dois meses, segundo a Administração Municipal, está a possibilidade de utilização das estruturas inacabadas. Os pilares estão desgastados e cercados pelo mato alto. Quem mora próximo ao local, como Helena Lopes e Marli Pedroso, acredita que o abandono de três anos das obras indica que o novo projeto também não será concluído.
Mas caso isso aconteça, elas esperam que o bairro receba reforço na segurança e dizem não se incomodar com o movimento e o barulho. Os trabalhos para a expansão dos trilhos do trem turístico Maria-fumaça aconteceram entre 2010 e 2011, quando cerca de um milhão de reais foram gastos. Atualmente, o trajeto já conta com duas plataformas: uma em Campinas e outra em Jaguariúna.