Nos últimos três anos o número de leitos de maternidade oferecidos pelo Sistema Único de Saúde em Campinas registrou um aumento de pouco mais de 9%. Em 2011, eram 124 leitos no município e neste ano o índice subiu para 136. A realidade de Campinas é diferente do resto do Brasil, já que o país registrou queda na oferta de leitos de obstetrícia. Segundo uma pesquisa desenvolvida pelo Conselho Federal de Medicina, nos últimos três anos, 3,4 mil leitos públicos deixaram de existir. De acordo com o secretário de saúde de Campinas, Cármino de Sousa, existe uma preocupação grande em aumentar os números de leitos no município, principalmente os de obstetrícia. Segundo ele, isso é necessário porque existe uma dependência grande das cidades de região dos serviços de saúde oferecidos em Campinas.
A coordenadora da delegacia do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, Sílvia Mateus, afirma que o fato da rede pública de Campinas ter apresentado um leve crescimento no número de leitos no SUS não significa que houve investimentos no setor. Segundo ela, o fechamento do setor de obstetrícia na rede particular, como o registrado no Centro Médico, foi responsável pela migração de pacientes, o que obrigou os hospitais públicos a receberem o aumento da demanda, mesmo não tendo estrutura para isso.
No hospital Celso Pierro são 18 leitos disponíveis e no Caism da Unicamp são cerca de 160, sendo que 85% deles são para casos de alta complexidade. O levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina foi baseado nos dados apresentados pelo Ministério da Saúde e indicou que o setor de obstetrícia foi uma das especialidades mais atingidas pelos cortes feitos nos hospitais públicos.
