A greve dos funcionários da Universidade Estadual de Campinas já dura três meses e o impasse entre a categoria e a universidade afeta alunos e trabalhadores de diversos setores. Além de adiar o início do semestre para setembro devido ao atraso no lançamento das notas, a paralisação também suspendeu serviços e atividades internas.
A creche que atendia os filhos dos funcionários, por exemplo, deixou de receber uma parcela das crianças devido ao movimento e a situação prejudicou a rotina de uma servidora da universidade. A mulher, que não quis se identificar, conta que não aderiu à greve, mas foi transferida de setor porque não conseguiu comparecer ao trabalho por não ter onde deixar o filho. Segundo ela, outros funcionários da Unicamp também tiveram o mesmo problema. Muitos recorreram a creches particulares.
Entre os alunos, a programação teve início com as reposições das aulas no mês de agosto, mas muitos enfrentam dificuldades para ter acessos às notas do último semestre. A aluna Fernanda só recebeu os resultados depois de pedir o histórico escolar e se diz preocupada com o fim do calendário, previsto para janeiro de 2015 depois dos exames finais. Mesmo sem paralisação no campus de Piracicaba, a estudante de odontologia, Bruna Moretti, sentiu os reflexos do movimento. Conteúdos que seriam publicados no site Ensino Aberto só são enviados agora através do e-mail.
Com 90 dias de duração, a greve dos funcionários da Unicamp é a mais longa da história e foi motivada pela decisão do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo em congelar os salários. A reitoria ofereceu concessão de abono de 21% sobre os salários de julho e a retomada do projeto de isonomia salarial com a USP. O sindicato quer ainda 10% de reajuste e 30 horas para a área da Saúde. Os pedidos, porém, não são possíveis neste momento, segundo informações da reitoria. A próxima assembleia dos trabalhadores está marcada para o próximo dia 26.
