O presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu, negou que os desentendimentos com o Governo de São Paulo estejam afetando o gerenciamento dos baixos níveis do Sistema Cantareira. Nos últimos dias, a ANA deixou o comitê anticrise e reclamou que o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, não teria cumprido a promessa de reduzir a retirada de água dos reservatórios.
Nesta quarta-feira, o Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica não enviou representantes a Campinas para o debate promovido pela agência federal sobre restrição do uso da água. A ausência, segundo Andreu, não configura um racha entre as partes, mas foi motivada pelo período político e eleitoral.
Na reunião, propostas da ANA foram apresentadas para as empresas de saneamento das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Durante o encontro, vários questionamentos foram feitos. Segundo o coordenador de projetos do Consórcio PCJ, José Cezar Saad, as regras apontadas pelo órgão federal não poderão ser atendidas totalmente.
Nos próximos dias, o órgão federal deve receber as respostas e contribuições das cidades e empresas de captação de água. As regras propostas pela ANA estabelecem restrições de uso caso o volume útil do Sistema Cantareira esteja abaixo de 5 por cento e as vazões do Atibaia e do Jaguari sejam inferiores a limites determinados. Procurada para comentar as afirmações do presidente da ANA e justificar a ausência no debate desta quarta, o DAEE não respondeu até o fechamento desta reportagem.