Se Eduardo Dussek estivesse preenchendo uma ficha para procurar emprego, com certeza poderia colocar que já exerceu as seguintes profissões: cantor, compositor, músico, ator, diretor, e redator. As funções ligadas a música foram estudas desde a infância. As outras foram surgindo ao longo da vida. E para evitar o erro de pronúncia que o marcou por muitos anos escreveria o sobrenome com dois “SS”, pois assim será corretamente chamado de Dussek. Embora tenha aparecido para o grande público junto com a primeira geração do pop rock dos anos 80, nem sempre recebeu os méritos por ter colaborado com o movimento. Mas isso não incomoda, ao contrário, ele prefere a liberdade de fazer música e não gosta de pertencer a grupos que representem um gênero específico.
Com senso de humor muito aguçado, o carioca Eduardo Dussek conheceu um autor de textos para o teatro que se encaixou perfeitamente no papel de letrista. Luiz Carlos Góes foi o parceiro em muitas composições. A amizade começou quando o ainda adolescente Dussek já trabalhava como pianista .
A arte de representar ajudou a carreira de Eduardo Dussek enquanto tentava despontar como cantor, ele se apresentava em peças improvisadas no apartamento que dividia com 3 colegas. Já entre as pessoas que assistiram a essas performances está Gilberto Gil que pouco tempo depois apadrinhou um show onde Dussek pode mostrar seu trabalho no cenário alternativo do Rio de Janeiro.
Debochado é uma boa palavra para descrever Eduardo Dussek ele estreou em rede nacional de televisão em 1980 vestindo fraque cueca samba-canção, asas de anjo e brincando com o fim do mundo . No festival seguinte, também organizado pela TV Globo , combinou uma música e cantou outra deixando desesperados diretores da emissora e sendo eliminado por isso. Um registro oficial que da uma ideia de toda essa irreverência foi lançado em 2011 no DVD Dussek é Show, onde ele intercala suas músicas com histórias e observações que divertem a todos.
Clip da música Barrados no Baile, sucesso dos anos 80
Eduardo Dussek lançou quatro discos na década de 80 e aproveitou o sucesso comercial desse período, mas não se esqueceu de preparar o futuro. Enquanto suas músicas tocavam no rádio e ele ainda curtia a apresentação histórica no rock in rio , o teatro voltava a garantir experiência que serviu para aprimorar sua presença de palco, pois nesses musicais passou a cantar e atuar.
A combinação disco ruim e plano econômico do governo Collor fez Eduardo Dussek se afastar das gravadoras e da mídia a partir de 91. Ele passou a digitar especialista de artistas dos mais variados gêneros. Outro seguimento que ajudou a se recuperar financeiramente foi a apresentação em empresas, onde preparava músicas e textos que brincavam com assuntos internos da corporação.
Com a vida equilibrada Dussek voltou a se dedicar aos shows próprios e aos musicais que abordavam as antigas marchinhas de carnaval , uma paixão da infância que ainda estimula o lado compositor.
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produção
Walmir Bortoletto
edição
Paulo Girardi