A instalação de uma unidade da Casa da Cidadania no bairro Vila Industrial, em Campinas, tem gerado reclamação dos moradores do local, que não estão seguros com a concentração de dezenas de pessoas em situação de risco. A nova unidade funcionará num barracão de 1,5 mil metros quadrados, que até 2010 era alugado como depósito de sacarias. O prédio fica em uma região pouco habitada, na esquina das ruas Francisco Teodoro e José Cruz Ferreira Jorge.
A rejeição da população que vive no local, levou a Câmara de Campinas a criar uma Comissão Especial de Estudos para avaliar quais serão os impactos que a Casa da Cidadania poderá trazer para o bairro. Nesta quarta-feira, aconteceu o primeiro debate público envolvendo representantes do legislativo e do executivo, além dos moradores da Vila Industrial. Durante o encontro, vários deles se mostraram contrários à instalação da unidade, que traria insegurança ao local. Morador do bairro há 25 anos, o aposentado que se identificou apenas como Marcos, acredita que o poder executivo deveria resolver os problemas da Vila Industrial antes de instalar uma unidade tão complexa como é a Casa da Cidadania. A secretária de cidadania, assistência e inclusão social, Janete Valente, concorda com o posicionamento dos moradores em relação à estruturação do bairro, mas defende que o local é ideal para abrigar a Casa da Cidadania.
O presidente da Comissão de Estudos da Câmera, o vereador professor Alberto, afirma que é necessário ouvir todas as partes interessadas, para que se possa criar políticas que deem garantias aos moradores da Vila União e que também atenda as pessoas que vivem em situação de risco. Atualmente, Campinas tem 642 moradores de rua, segundo dados da Prefeitura. 17% desse total são mulheres. Os dados mostram também que 325 pessoas têm entre 18 e 40 anos de idade.
