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Documentário conta a história de Moysés Lucarelli

O MIS (Museu da Imagem e do Som) de Campinas recebe a exibição do documentário “Moysés Lucarelli – Um Sonho Majestoso” no dia 15/04, às 19h30, com entrada gratuita. A produção retrata a ligação de Lucarelli com a Associação Atlética Ponte Preta e, principalmente, com a construção do estádio do clube, um dos principais do interior paulista e o terceiro maior do país à época de sua inauguração, em 1948. O personagem do documentário, que nunca ocupou o cargo de presidente da agremiação, liderou o movimento que possibilitou a concretização de um sonho e posteriormente foi homenageado com a escolha de seu nome para batizar o Majestoso, como o estádio era conhecido até então.

Produzido pelos jornalistas Bruno Moreira, Gabriel Castro, Henrique Brazão e Henrique Bighetti, o documentário foi idealizado como projeto experimental para conclusão do curso de jornalismo da PUC-Campinas, no segundo semestre do ano passado. Ele foi apresentado e aprovado com nota máxima pela banca examinadora no dia 12 de dezembro.

Moysés nasceu em Limeira, em 18 de junho de 1898, e dois anos depois, em 1900, ano de fundação da Ponte Preta, já morava em Campinas, para onde a família havia se mudado. Sem o pai, que morreu no início daquele século, teve sua criação conduzida pela mãe, acompanhado de seis irmãos. Com a necessidade de trabalhar desde cedo para auxiliar no orçamento da casa, aos 10 anos já era cobrador do clube, além de vendedor de jornal. Na adolescência entrou para o quadro de funcionários da “Casa Elétrica”, onde se estabeleceu profissionalmente e acabou por herdar o negócio com a morte do patrão. Com isso, mudou o nome da loja para “Fogões Elétricos Lucarelli” e se tornou um empresário renomado no interior paulista. Em paralelo ao comércio, sempre manteve a ligação com a Ponte Preta.

Na década de 1940, com Moysés sendo um dos integrantes da diretoria do clube, a ausência de um estádio passou a marcar a trajetória da Macaca, que mandava suas partidas do Campeonato Paulista em diferentes pontos de Campinas. A falta do patrimônio, inclusive, gerou o apelido de “time de onze camisas”. Em 1944, Lucarelli, juntamente com outros dois abnegados da Ponte Preta, José Cantúsio e Olímpio Dias Porto, reuniu os recursos necessários para aquisição do terreno na Rua Proença, onde hoje está o estádio. Sob a liderança do empresário e “engenheiro” Lucarelli, e o entusiasmo dos torcedores e “operários”, que auxiliaram diretamente na construção, com campanhas para arrecadação dos materiais necessários e mão-de-obra, conforme retratado no documentário, o estádio foi inaugurado quatro anos depois, em 12 de setembro de 1948, com derrota do time da casa para o XV de Piracicaba por 3 a 0.

Contra a vontade de seu patrono, o estádio recebeu o nome de Moisés Lucarelli – não há explicação oficial para o erro na grafia da fachada – em 1959, um ano antes de ser oficialmente concluído, com as características estruturais e arquitetônicas observadas até hoje. “O Moysés nada mais era do que um apaixonado pela Ponte que conseguiu enxergar à frente do seu tempo. Sem a liderança e coordenação dele, desde o dia-a-dia da construção até a resolução de problemas burocráticos e financeiros, é impossível dizer quando a Ponte teria conseguido seu estádio”, comenta o jornalista Gabriel Castro. Entretanto, após a inauguração, a oposição ao patrono dentro do clube passou a cobrar dele uma prestação de contas de todo o processo, situação que o magoou e foi a responsável por seu afastamento da Macaca. “Ele permaneceu na Ponte apenas até terminar do estádio. Prestou as contas pedidas e não retornou mais”, acrescenta o jornalista Bruno Moreira. Aos 80 anos, ele morreu em 24 de março de 1978 – há 35 anos, portanto.

A ausência de material histórico que reconstruísse tal trajetória foi o fator motivador para produção do documentário, orientado pelo Professor Mestre Carlos Gilberto Roldão. A pesquisa foi baseada em edições dos jornais Correio Popular e Diário do Povo, das décadas de 1940 e 1950, no capítulo sobre Lucarelli no livro “Ponte Preta, a torcida que tem um time”, dos jornalistas André Pécora e Stephan Campineiro, no acervo pessoal dos filhos do patrono e em entrevistas com familiares, historiadores, jornalistas, dirigentes e torcedores, e resultou em 30 minutos de documentário. O trabalho ainda está entre os cinco finalistas do Prêmio Bosch/PUC-Campinas de Comunicação 2013 na categoria Jornalismo.

SERVIÇO

Documentário “Moysés Lucarelli – Um Sonho Majestoso”

Local: Museu da Imagem e do Som – Rua Regente Feijó, 859, Centro – Campinas (SP)

Dia: 15 de abril (segunda-feira)

Horário: 19h30

Entrada: Gratuita

 

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