O cenário muda aos poucos na Rua João Felipe Xavier da Silva, no bairro São Bernardo, em Campinas, mas os moradores não se esquecem do assalto à sede da Protege, que completa sete dias nesta segunda-feira. Na fachada da transportadora de valores, o rombo feito por explosivos já foi fechado e os portões e grades foram recolocados, mas marcas de tiros ainda podem ser vistas no entorno do galpão, que teve até o teto afetado.
Ao passar em frente ao local, Genoíno Alves contou ter vivenciado tudo de novo após a exibição de matérias na televisão sobre o mega-assalto. Dono de um pequeno negócio de transportes, diz que o medo é frequente. Do outro lado da rua, bem em frente à empresa atacada, a calçada de uma igreja evangélica continua repleta de estilhaços de vidro. As janelas dos três andares ficaram totalmente destruídas, mas muitas já foram repostas.
Enquanto a reportagem circulava pelo quarteirão, um trabalhador removia os vidros quebrados do térreo usando uma escada. Na porta de ferro, no entanto, buracos de disparos de fuzil ainda podem ser vistos por todos. E são os barulhos desses tiros que continuam na memória dos moradores.
É o caso de Giovana de Grande, que acordou assustada ao lado dos filhos pequenos naquela madrugada do dia 14 de março. Para ela, a sensação de insegurança vai persistir porque o bairro é residencial e já acumula dois assaltos no mesmo lugar. Por isso, diz que apoia a mobilização dos moradores para a saída da Protege da região.
A aposentada Iraci Moraes confirma o clima de tensão quando se deita para dormir e também relata não conseguir se esquecer do fato, principalmente porque o assunto segue no noticiário devido às prisões. Até o momento, dois homens foram presos. Eles são suspeitos de participação no ataque, que teve explosões e tiros de fuzil .50 que foram ouvidos e acordaram muita gente até mesmo nos bairros vizinhos.
