Os dissídios trabalhistas dos servidores e as decisões judiciais para fornecimento de medicamentos estão entre as preocupações dos prefeitos da Região Metropolitana de Campinas em meio a crise. Os assuntos foram discutidos a portas fechadas na primeira reunião do ano do Conselho Metropolitano. Na conversa privada, ficou definido que os municípios vão se mobilizar para buscar soluções econômicas. As informações foram confirmadas pelo Chefe do Executivo de Campinas, Jonas Donizette. Segundo ele, uma reunião entre os secretários de finanças de cada cidade deve acontecer no dia 20.
A intenção é identificar as principais dificuldades financeiras em comum no cenário atual. Com perda de receita, muitas prefeituras atrasaram ou parcelaram os salários e temem os índices inflacionários e os reajustes. Apesar disso, Jonas afirma que o encontro entre os responsáveis pelas finanças da RMC deve servir como troca de experiências, já que a data-base é diferente e deve ocorrer de maneira independente em cada cidade.
Outra medida definida foi a criação de uma comissão com cinco prefeitos que seriam responsáveis pela mediação com o Poder Judiciário. A ideia é apresentar a preocupação com decisões que oneram os municípios. Como exemplo, Jonas Donizette cita uma determinação que a Prefeitura de Campinas recebeu para fornecer um medicamento que custa 800 mil reais. Para ele, decisões assim podem comprometer o setor e as contas.
Além da definição do pacote de intenções, o protagonismo de Campinas também foi lembrado pelos demais prefeitos como forma de ampliar o diálogo com os deputados federais e os governos estadual e federal. O papel à frente da RMC foi reconhecido e assegurado por Jonas, que negou que tenha a intenção de assumir novamente a presidência do Conselho. Na última vez, ficou no cargo por 12 meses, entre 2015 e 2016. Questionado sobre os decretos de calamidade financeira em cidades como Americana e Hortolândia, Jonas descartou a possibilidade desse anúncio em Campinas, mesmo com a situação ruim nas contas públicas.
