Os estacionamentos de Campinas sentiram a crise. A confirmação é dos donos dos estabelecimentos, que notaram uma queda de até 20% no movimento. Apesar de a diminuição coincidir com o crescimento do uso de aplicativos como Uber e Cabify, eles dizem não ver relação e ainda contam com a clientela.
São os casos de Wagner Ventura e Élton Coutinho, que trabalham na região central da cidade e notaram os motoristas mais preocupados com os preços. Élton, por exemplo, já viu várias vezes clientes frequentes optando por uma vaga na rua. Ele atribui o momento ruim à situação econômica no País.
O relato de Wagner é semelhante. Ele tem um espaço na Rua Doutor Quirino que tem registrado há meses o mesmo percentual de faturamento e lotação. Sem ver o local totalmente cheio há algum tempo, ele também vê relação com o dinheiro mais curto no bolso dos motoristas, mas confia na clientela habitual.
Os dois, no entanto, são unânimes e ainda não percebem uma relação direta com o uso de aplicativos de transporte privado, como Uber e Cabify. Mas o presidente do Sindicato Estadual dos Empregados em Estacionamentos e Garagens, Francisco Antônio da Silva, diz que isso pode mudar em breve.
Segundo ele, a queda causada pelos apps já foi percebida na capital paulista, onde o serviço de valets em bares e restaurantes, por exemplo, sentiu os reflexos. Além dos aplicativos de celular e da crise, no entanto, ele afirma que a Lei Seca também atinge o setor, porque muita gente deixa de dirigir o próprio carro. Como solução à queda no movimento e na procura, Francisco recomenda que os estacionamentos procurem fazer promoções e oferecer tarifas diferenciadas.