As medidas de contenção adotadas na Universidade Estadual de Campinas são vistas com preocupação pelo diretor do Sindicato dos Trabalhadores da instituição, João Raimundo Mendonça. Ele pede mais diálogo com a reitoria. Apesar de entender o momento financeiro vivido pela Unicamp, que estima R$ 249 milhões de déficit ao final do ano, ele diz que o contingenciamento de recursos deveria ser motivo de um debate mais amplo entre todas as partes.
A resolução definida pelo reitor Marcelo Knobel prevê revisão em contratos da saúde, assim como a suspensão de promoções e progressões de servidores e o corte de 20% nos gastos com materiais, passagens aéreas ou ajudas de custo. A decisão também atinge a reserva estratégica da universidade, que costuma ser usada para vários tipos de aplicações – desde pagamentos do 13º até financiamentos de obras. A situação também é criticada pelo diretor do STU.
A determinação suspende, por exemplo, as contratações de servidores das carreiras de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão, Magistério Superior e de Docentes Especiais. Contratações já homologadas terão continuidade. A Unicamp alega que o objetivo do contingenciamento é ter condições para uma análise detalhada da situação financeira e que a intenção é buscar o equilíbrio entre as receitas e despesas e a preservação das atividades-fim.
De acordo a pró-reitoria, “as medidas foram definidas de maneira responsável, tendo como principal compromisso”, por exemplo, a “manutenção do pagamento da folha salarial”. A resolução é temporária e pode ser revista. A Unicamp conta com orçamento de R$ 2,3 bilhões para 2017, mas quase 97% desses recursos estão comprometidos com a folha de pagamento. No ano passado, já em situação difícil, a redução nos gastos chegou a R$ 40 milhões.