O ex-vereador Tico Costa, do PP, reconheceu que as polêmicas e críticas durante o mandato pesaram na decisão de renunciar ao cargo na Câmara de Campinas. Apesar de voltar a dizer que o motivo é a necessidade de se dedicar à empresa, ele não nega que situações ocorridas desde o ano passado tenham influenciado.
Entre elas, acusações de que estaria defendendo as empresas de aplicativos de transporte, como Uber e Cabify, e a relação disso com o aumento de patrimônio. Autor de um projeto de regulamentação dos apps, Tico deixou a base governista depois que o Executivo apresentou uma proposta diferente sobre o assunto. Entre discussões envolvendo taxistas e motoristas privados e também o mal-estar com a Prefeitura, disse que até mesmo o pai foi alvo de ofensas na cidade.
O empresário nega que tenha representado qualquer interesse privado e reafirma que queria permitir o acesso a esses serviços por milhares de usuários. Já sobre o projeto do Executivo, afirma se sentir vitorioso devido a itens antes previstos inicialmente no texto e que foram retirados após os debates na Casa.
Ele ainda rechaça qualquer relação do assunto com o crescimento de 343% de patrimônio em um período de quatro anos, entre um mandato e outro. Tico Costa argumenta que os dados da Justiça Eleitoral são públicos e que a diferença tem relação com os vencimentos das duas funções que exercia. O ex-vereador alega que as insinuações não são verdadeiras e devem virar um processo judicial. Por esse motivo reconhece o peso ao decidir pela renúncia.
Além de não negar o papel das polêmicas na definição do próprio futuro, Tico reforçou que não existe possibilidade de retorno a algum cargo da vida pública. A afirmação já havia sido feita na carta de renúncia entregue por ele, na qual avaliou ter feito um bom trabalho durante os dois mandatos de vereador. Essa é a primeira renúncia na história do Legislativo campineiro. Com a saída, quem assume a vaga é o ex-vereador Cidão Santos, do PROS.