Uma parceria entre a Universidade Estadual de Campinas e dois laboratórios farmacêuticos vai desenvolver medicamentos para combate ao câncer. O acordo, que deve durar de cinco a seis anos, também vai promover a pesquisa de remédios anti-infecciosos e tem valor de R$ 8,4 milhões: R$ 4,8 milhões serão investidos pelas empresas Aché e Eurofarma e R$ 3,6 milhões serão custeados pela Empresa Brasileira de Pesquisa, Embrapii.
O coordenador do Centro de Química Medicinal de Inovação Aberta e professor de genética da Unicamp, Paulo Arruda, explica o projeto. Para ele, a maior vantagem é ganhar tempo e segurança no processo de investigação e definição de moléculas a serem estudadas e desenvolvidas. A meta é evitar que os alvos descobertos não se tornem fármacos, destino de 95% das pesquisas deste tipo, de acordo com especialistas.
Esse é o primeiro trabalho feito no modelo aberto no Brasil. Ou seja, o conhecimento até a validação do potencial terapêutico será de domínio público. Para o reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, esse formato é uma tendência mundial e permite a colaboração entre centros de pesquisa e indústrias. Caso todas as fases sejam concluídas e resultem no desenvolvimento de algum medicamento, a aplicação em humanos demora de 15 a 20 anos. O anúncio do consórcio contou com a presença dos representantes dos laboratórios e da ministra em exercício da Educação, Maria Helena Guimarães.