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Testemunhas relatam repasse mensal sem comprovação à Vitale

A primeira audiência do processo contra seis pessoas ligadas à Organização Social Vitale, antiga gestora do Hospital Ouro Verde, foi suspensa após cerca de duas horas e meia em Campinas. Três testemunhas de acusação foram ouvidas. Todas elas confirmaram o pagamento de R$ 250 mil mensais da Prefeitura a OS. O valor era detalhado como “custo compartilhado” no sistema de contas da Secretaria de Saúde, mas não tinha comprovações sobre onde seria aplicado.

A assessora do departamento, Cláudia Santana de Bueno, detalhou ao juiz Caio Ventosa Chaves que classificava o pagamento como irregular, mas que o parecer era alterado repetidamente pelo ex-diretor de Contas, Anésio Corat Júnior. Durante o relato, a funcionária comissionada apresentou documentos que comprovariam que as mudanças eram feitas por Anésio para que o montante fosse pago. Todo o material foi recolhido e deve ser analisado pela Justiça.

Além dela, duas ex-contadoras da Vitale também responderam aos questionamentos do juiz, dos promotores e da defesa: Jéssica Cristina Cadetti e Karla Bianca Casa. O Ministério Público abriu mão de ouvir uma quarta pessoa. Para o promotor do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do MP, Daniel Zulian, os depoimentos reforçam as provas presentes em escutas, computadores e documentos recolhidos ao longo das etapas da investigação.

Os réus ficaram em uma sala próxima durante a sessão. Eles são acusados de participação em um suposto esquema que desviou R$ 4,5 milhões do Hospital Municipal Ouro Verde. Todos cumprem prisão preventiva desde dezembro. Fernando Vitor Torres, Daniel e Paulo Câmara, Aparecida Bertoncello, Ronaldo Foloni e Ronaldo Pasquarelli são acusados pelo Ministério Público de organização criminosa, fraude à licitação, falsidade ideológica e peculato.

Iniciada por volta das 14h30, a audiência foi encerrada pouco antes das 17h. A suspensão foi determinada pelo juiz Caio Ventosa Chaves, que entendeu que as testemunhas de defesa só podem ser ouvidas ao término das acusações. O MP relacionou ainda outras três testemunhas. Elas devem depor por carta precatória, pois são de outras cidades. Ao término da etapa, mais seis de defesa devem falar. A próxima audiência está prevista para acontecer em abril.

A defesa de Aparecida Bertoncello, Ricardo Toledo Santos, disse que os depoimentos derrubaram metade das acusações. Já a de Fernando Vitor, Haroldo Cardella, alegou que ficou claro que a atuação do cliente era técnica. Os representantes de Daniel e Paulo Câmara, Ronaldo Pasquarelli, Ronaldo Foloni e da Organização Social Vitale não se manifestaram ao fim da audiência. Ao deixarem o local, eles preferiram não conceder entrevista aos jornalistas.

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